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Com preparo físico e psicológico, Astralis é um time à frente de seu tempo

Leo Bianchi

29/02/2020 09h00

Considerada por muitos o melhor time de Counter-Strike: Global Offensive da história, a dinamarquesa Astralis já provou inúmeras vezes sua absurda capacidade no FPS da Valve. Qualquer fã do game terá pra sempre marcado na memória o quinteto dev1ce, dupreeh, Xyp9x, gla1ve e Magisk. Mas você sabe o que a organização faz fora do jogo para construir um sucesso desse tamanho? Pode ter certeza: as taças vão muito além de clutches impressionantes e uma mira afiada.

No início deste ano, por exemplo, a Astralis fez um "bootcamp sem computador". Sim, é isso mesmo que você está lendo. Um período de treino, 100% focado, mas sem encostar no teclado e no mouse. Uma forma de manter a saúde física e mental dos jogadores em dia – com exercícios que vão da musculação ao raciocínio lógico, passando por corridas e testes de reflexo.

Além de legitimar o esporte eletrônico como uma modalidade qualquer perante o grande público, a Astralis presta um grande serviço ao cenário competitivo: mostra que, independentemente de quantas horas de treino diante do monitor ou de quantas estratégias estudadas por dia, é necessário manter em ordem o organismo. Boa alimentação, rotina regrada e, acima de tudo, uma vida "normal" – com círculo social e preparada para altos e baixos.

Aliás, o preparo psicológico que mudou a história da Astralis no CS:GO passa por um ex-militar que trabalhou no futebol e também com esportes olímpicos. Lars Robl, com passagem pelas Forças Especiais Dinamarquesas, ficou mais de duas décadas no Exército antes de entrar para o cenário esportivo. Certa vez, ele levou o time inteiro para um museu em Copenhague durante vários dias munido apenas de papel e caneta para que todos trabalhassem conceitos estratégicos sem utilizar um aparelho eletrônico.

A "cultura" envolvendo a equipe não para por aí. O técnico Danny "zonic" anunciou em novembro do ano passado o lançamento de um livro para falar sobre a construção da equipe que ganhou tudo o que era possível no CS:GO. Ou seja, vale ressaltar uma vez mais: o estilo frio e calculista da Astralis não passa somente por skills. Tudo foi trabalho dentro de um conjunto muito mais humano, que envolve uma série de fatores.

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.