Rainbow Six Siege de graça: motivo pra comemorar ou se preocupar?
Na semana passada, o diretor da Ubisoft, empresa responsável pelo Rainbow Six Siege, Leroy Athanassoff, em entrevista ao site PC Gamer, levantou a possibilidade de o jogo ficar grátis para todas as plataformas (PC, PS4 e Xbox One). Ainda não há previsão para que isso ocorra, porém, a chegada da nova geração de consoles no fim de 2020 deve acelerar esse processo. Com 55 milhões de usuários (42% deles no PlayStation 4), o jogo de tiro tático é o principal game da empresa desenvolvedora que tem títulos famosos como Assassin's Creed e Far Cry no portfolio.
Porém, parte da comunidade demonstrou preocupação com isso. O jogadores profissional Cameram4n fez a seguinte observação: "Gosto da ideia de popularizar o jogo, mas vamos trabalhar esse anti cheat aí, hein", escreveu em uma rede social. Esse é um problema que a Ubisoft vem enfrentando há anos, embora tenha melhorado muito o combate a trapaças.
Entretanto, os "hackers" incomodam exclusivamente a plataforma PC. Nesse sentido, a Ubisoft vai precisar ter um cuidado imenso pra evitar que trapaceiros se alastrem na principal plataforma competitiva do game. Afinal, com o jogo de graça, um cheater banido poderia simplesmente criar outra conta e começar, de novo, a arruinar a experiência dos outros jogadores – hoje, no PC, para criar um novo usuário é preciso comprar outro jogo que custa, em média R$ 30, com as constantes promoções.
O desafio é grande, mas é possível combater cheaters adotando medidas severas como, por exemplo, banimento por hardware – o que impediria o jogador banido de criar uma nova conta. Isso exigiria que um usuário punido comprasse outro computador para conseguir jogar novamente o game, algo bastante impensável. O game Valorant, da Riot Games, será "free to play" e já vem estudando maneiras de lidar com esse problema antes mesmo de ser lançado.
Por outro lado, tornar o game gratuito abre um horizonte incrível e promissor para o Rainbow Six Siege. O console tem a maior da base de jogadores do game por ser mais acessível e prático – custa menos que o PC e requer menos conhecimento técnico. Mesmo assim, é um jogo pago e ainda existe uma barreira financeira no Brasil.
Embora o título não esteja entre os mais caros nos videogames (média de R$ 40 pela cópia de entrada), ter de pagar pelo jogo impede muitos novos jogadores a testarem e se encantarem pela franquia. A curva de aprendizado do Rainbow Six não é das mais fáceis e, mesmo ações inteligentes da Ubisoft como deixar o jogo grátis em determinados fins de semana, nem sempre são tão eficazes, uma vez que o jogador precisa mais do que três dias para aprender a jogar e entender toda complexidade do game.
A maior preocupação do diretor do jogo, entretanto, é com as contas "smurfs" (as famosas secundárias que usuários criam para jogar, por exemplo, na patente mais baixa do jogo – cobre – quando na verdade é diamante – uma das mais altas). Entretanto, esse sistema já existe no PS4, por exemplo, mesmo com o jogo sendo pago. Logo, pelo menos nos consoles, essa é uma questão que vai além da Ubisoft e recai sobre Sony e Microsoft.
A conclusão é a de que se o R6 ficar de graça, milhões de novos usuários entrariam no jogo e, eventualmente, passariam a acompanhar o cenário competitivo do game. Isso faria com que as microtransações dentro do jogo aumentassem. Essa é a fonte de renda de jogos como Fortnite e Free Fire (que também são de graça).
Jogo grátis significa popularidade, algo que beneficia todo o ecossistema dele. Que o Rainbow Six Siege seja "free to play" o quanto antes. Será um passo correto pra se tornar um dos maiores jogos do planeta em termos de qualidade e números de jogadores.
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