Existe amor à camisa nos eSports? Os fãs torcem por times ou jogadores?
Um dos principais debates do futebol brasileiro é a falta de "amor à camisa" por parte da maioria dos jogadores. Craques se destacam nos clubes do país e, rapidamente, muitas vezes sem sequer levantar uma taça, partem para a Europa. E nos eSports, existe esse sentimento, de jogadores muito identificados com determinadas organizações? Como funciona a mentalidade de torcedores e pro-players nesse sentido?
O primeiro fator a ser compreendido é que, nos eSports, há muitos fãs que torcem para os jogadores, e não para times específicos. Por exemplo: Felipe "brTT", ídolo de League of Legends, começou na paiN Gaming, onde ganhou dois de seus cinco títulos do CBLoL, mas partiu para novos desafios: Vivo Keyd, RED Canids, Flamengo… Arrastou consigo torcedores para todas as organizações. Não todos, obviamente, mas boa parte. Para a temporada 2020, retornou à paiN, após boas campanhas no Flamengo.
Para ficar claro: não estou dizendo aqui que as organizações não contam com torcidas próprias. Claro que há quem acompanhe fielmente determinadas equipes – principalmente as tradicionais, que estão desde o começo do cenário competitivo, e a própria paiN é um próprio exemplo disso. Da mesma forma, a INTZ. Há também o caso dos clubes de futebol que, naturalmente, arrastam torcedores "de outros tempos" para o esporte eletrônico.
No caso dos pro-players, especificamente, é raríssimo ver um jogador que permaneça sua carreira inteira na mesma equipe. Gabriel "Kami" Bohm, formado desde o começo do LoL na paiN, é um dos raros exemplos. Nos outros games, muitas vezes a movimentação acontece com times fechados ou entre jogadores. Fernando "fer" e Gabriel "FalleN", lendas do Counter-Strike nacional, por exemplo, jogam juntos desde 2014, mas passaram por várias tags: KaBuM, Keyd, Luminosity, SK Gaming, MiBR…
O exemplo mais recente é o de Yiliang "Doublelift", um dos melhores jogadores americanos de League of Legends da história. O atirador deixou a Team Liquid para voltar à Team SoloMid (TSM), equipe onde fez sucesso há alguns anos. O debochado vídeo de apresentação, que você pode ver acima, mostra que a relação de rivalidade nesse sentido é engraçada e bem mais saudável do que no futebol, por exemplo.
No caso de jogadores de grande expressão, seja qual for o cenário, a repercussão é equivalente. Se André "Nesk", craque do Rainbow Six Siege, deixar a Team Liquid e partir para a FaZe Clan hoje, por exemplo, sem dúvida causaria revolta em torcedores mais fanáticos. Criou-se uma rivalidade natural entre as organizações. Mas não há uma regra geral: são casos isolados.
Por outro lado, não tenha dúvida: boa parte dos torcedores, hoje, da Team Liquid iriam passar a torcer pelo Nesk na FaZe Clan, caso isso, eventualmente, acontecesse. E se o Nobru fosse contratado hipoteticamente pelo Palmeiras Free Fire (time que sequer existe)? Alguma dúvida de que milhares de corintianos passariam a torcer pelo arquirrival?
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