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Chuva, enchente, pandemia... a Riot foi a grande vencedora do CBLoL

Leo Bianchi

12/05/2020 09h50

KaBuM venceu o Flamengo na final do primeiro split por 3 a 0 e ficou com o título

Terminou no último sábado, de uma maneira atípica, o Campeonato Brasileiro de League of Legends, maior competição de esportes eletrônicos do país. Atípico porque os jogadores de Flamengo e KaBuM não tiveram a oportunidade de se encarar ou de inflamar a torcida. Jogaram de casa por conta da pandemia do coronavírus. Ainda assim, o grande vencedor deste CBLoL é a produtora Riot Games, pela superação de tantos problemas em um curto período de tempo.

Não entendam mal: não é um demérito da KaBuM. Pelo contrário: temos de exaltar, e muito, a trajetória dos Ninjas até o título. Foram nada menos que 12 vitórias consecutivas no campeonato. Após brigar contra o rebaixamento, acumulando seis derrotas em sete jogos no primeiro turno, a organização emendou uma série impressionante, aplicou 3 a 0 na líder Vivo Keyd na semifinal, repetiu o mesmo placar contra o vice-líder Flamengo na decisão e só parou com a taça.

O torneio teve de ser paralisado duas vezes. Antes da incerteza causada pela Covid-19, as enchentes que castigaram a cidade de São Paulo no mês de fevereiro destruíram o estúdio do campeonato. Às pressas, o CBLoL teve de partir para o ON e-Stadium, outra casa de eSports, inaugurada na capital paulista no fim do ano passado. O vídeo publicado pela própria Riot nesta semana, reproduzido abaixo, diz muito sobre a superação do cenário.

Muitos podem pensar que é simples montar um campeonato online, mas pode ter certeza: é muito mais complicado do que parece. Não se trata só dos jogadores conectados à internet e dentro do game, mas sim da montagem de um show inteiro: produção de conteúdo, transmissão, ancoragem, roteirização… Muita gente trabalha atrás das cortinas, e o mínimo que merecem neste momento é aplausos.

Obviamente, ajustes foram necessários, alguns deslizes aconteceram, mas o CBLoL entregou um produto de qualidade do início até aqui ao seu espectador. Nesse ponto, é um alívio ver como o esporte eletrônico se mobiliza junto, seja qual for a dificuldade. Neste momento em que todos estão em casa, com as modalidades "tradicionais" paralisadas, o papel dos eSports é ainda mais nobre e necessário.

Toda final de Campeonato Brasileiro de League of Legends. Ano passado, Flamengo e INTZ fizeram a final do segundo Split numa arena lotada no Rio de Janeiro

A resiliência não só da Riot, mas de todas as produtoras que continuam entregando transmissões para milhares de pessoas no Brasil e no mundo, é mais uma prova da consistência do cenário como um todo. E também, claro, uma ótima oportunidade de conquistar um público novo, que ainda não tem contato com games, mas agora pode ter tempo hábil para aprender e encontrar um do qual goste.

O Flamengo, clube mais popular do país, jogou sua quarta final consecutiva de CBLoL. Deste que o time chegou ao torneio, nunca ficou fora da decisão. Independentemente da derrota, uma ótima oportunidade para a diretoria capitalizar o trabalho perante à torcida. A trajetória é impressionante. Mais do que nunca, é hora de provar porque eSports são esportes, e isso é uma missão de todos.

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.