Free Fire: Norte e Nordeste são referências e já exportam talentos
O maior mérito de Free Fire, jogo no estilo Battle Royale mais popular no Brasil atualmente, é a democratização que ele causou no mercado de games e também nos eSports. A diversidade social é muito maior do que no ambiente de jogos que dependem de computadores e consoles, dispositivos muito mais caros do que um celular com as configurações mínimas para suportar o jogo. O impacto regional no país também se fez notável e merece uma observação mais atenta.
É raríssimo ver jogadores da Região Norte, por exemplo, nos principais campeonatos de esportes eletrônicos do país. O maior exemplo é Alexandre "TitaN", de League of Legends, que saiu de Manaus, no Amazonas, para se tornar um dos mais jovens a atuar no CBLoL e conquistou o torneio duas vezes, com a KaBuM, em 2018. A distância física para os torneios, concentrados na maior parte das vezes em São Paulo, e o problema de ping (a diferença de latência, que prejudica a experiência competitiva) tornam a vida de quem está na região mais complicada.
O Nordeste, que deu ao Brasil um dos maiores jogadores de Counter-Strike de sua história, Epitácio "TACO", nascido em Recife, também sofre com esse problema. Na maioria das vezes, os grandes talentos se destacam nos campeonatos locais, que são a solução encontrada para manter o cenário vivo, independentemente do game. O Free Fire transformou tais "exceções" em regra, e espalha o esporte eletrônico pelo país de uma forma cada vez mais intensa.
Carlos "Fixa", campeão mundial pelo Corinthians no ano passado, é do Maranhão. Companheiro de equipe dele na conquista, Samuel "Level Up" é da Bahia. Ariano "Kroonos", que já foi eleito o melhor do planeta no game, de Pernambuco. Mesmo estado de Heverton "Sharin", da LOUD. Despontam como talentos influenciadores da região como Hudson Amorim (Bahia), Welington "El Racha" (Alagoas), Ramon "GGEasy" (Paraíba), Edson "God" e Pedro "Buxexa" (Pernambuco). Entre tantos e tantos outros nomes, seja na elite do cenário, em divisões inferiores ou simplesmente jogando partidas casuais.
E o que dizer da Região Norte? Um dos maiores talentos do Free Fire é de Rondônia: Rodrigo "El Gato". Os projetos de esportes eletrônicos se multiplicam por lá. O estado do Pará, por exemplo, já concebe a histórica rivalidade de Remo e Paysandu no Battle Royale. Em abril deste ano, inclusive, protagonizaram o primeiro clássico da história no jogo para dispositivos móveis. O Leão levou a melhor sobre o Papão, por 3 a 0.
O Bragantino do Pará e o Castanhal estão entre outros clubes do estado do Pará que já anunciaram entrada no Free Fire. O centenário Rio Negro Atlético Clube, de Manaus, também está no cenário, assim como o Manaus FC, fundado em 2013. Os games estão unindo não só todas as regiões, mas também tradição e novidade em um mesmo contexto, algo que poucas modalidades esportivas têm a capacidade de mobilizar.
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, é fundamental que todas as regiões recebam atenção para os eSports. O Free Fire não só tem esse potencial, como já se tornou um game no qual o país é fortíssimo. Temos o atual campeão das Américas e o mundial, além de uma Liga Brasileira bem estruturada e dividida em três divisões. Aproveitar esses fatores é uma obrigação de todos os envolvidos de alguma forma.
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