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O futuro de FalleN e a renovação de ídolos do Counter-Strike brasileiro

Leo Bianchi

18/10/2020 08h00

FalleN jogando pela MiBR em 2020 (Divulgação/MiBR)

A história do Counter-Strike: Global Offensive no Brasil se confunde com a de Gabriel "FalleN". Campeão de dois majors, dono de inúmeras taças no cenário competitivo e uma das personalidades mais respeitadas do esporte eletrônico mundial, o jogador de 29 anos vive um período de incertezas na carreira. Após se colocar na reserva da MiBR, por insatisfação com as decisões da organização, o Verdadeiro aguarda para dar os próximos passos, que podem impactar diretamente a relação entre os fãs e o FPS da Valve em solo nacional.

Para que não haja qualquer mal entendido: o CS:GO é extremamente sólido no Brasil. Tem uma base de jogadores fidelizada – muito em parte, claro, graças ao próprio FalleN. Mas como será a reação dos torcedores caso o pro-player decida parar com o Counter-Strike por um tempo – seja se afastando ou partindo para outros jogos? A separação da MiBR, com a demissão de Fernando "fer"e Epitácio "TACO", certamente revoltou muitos fãs, e trará um efeito no que diz respeito à audiência.

O potencial brasileiro no CS já é mais do que comprovado. Que o diga a FURIA – hoje considerada a sétima melhor equipe do mundo no ranking da HLTV, site especializado que é tratado como referência no cenário. Outro trabalho de máximo respeito é o da Team oNe (hoje na posição de número 28 da lista), com grande campanha na IEM New York e em plena ascensão no cenário competitivo. Temos talentos para continuar crescendo.

FalleN, ídolo do CS nacional, tem futuro em aberto (Divulgação/BLAST)

Porém, à parte disso, é necessário construir também personagens e narrativas. FalleN, por si só, se tornou uma entidade no esporte eletrônico brasileiro. É claro que títulos são fundamentais para criar identificação entre torcida e jogador, mas o posto de liderança e a forma como o pro player é enxergado não somente na "bolha"do CS, mas dos eSports em geral, é algo que conta muito no que diz respeito à idolatria. Imagine quantos garotos começaram a jogar Counter-Strike pura e simplesmente pela imagem do Verdadeiro.

Certamente os fãs que o acompanham seguirão por perto – seja com ele jogando Call of Duty, Valorant, World of Warcraft ou qualquer outro game. O que será interessante de acompanhar é o processo de transformação e renovação de ídolos do Counter-Strike nacional. FalleN é, acima de tudo, um embaixador do CS:GO. É necessário mirar no exemplo dele e saber que é necessário construir personagens tão sólidos e que signifiquem tanto quanto ele para a comunidade.

Independentemente dos próximos passos do jogador e do que a MiBR faça em relação ao seu elenco, assim como qualquer modalidade dos eSports, é necessário entender que todo cenário precisa trabalhar a curto, médio e longo prazo. A história está escrita, e o CS brasileiro sempre será respeitado, mas novos personagens que chamem a responsabilidade, como FalleN fez, precisam ser criados. Narrativas se criam dentro e fora do game – e é isso que faz os esportes eletrônicos tão grandes até hoje.

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.