Existe reserva no eSport? Entenda como funciona e qual a importância
Cada modalidade esportiva tem uma noção bem específica da utilização de jogadores reservas. No basquete, por exemplo, rodar quem começa o jogo e quem está no banco é natural, tendo em vista o desgaste físico dos atletas e o número ilimitado de substituições. No futebol, trata-se de algo bem mais rígido, limitado e normalmente voltado à estratégia. E nos eSports, como funciona?
No League of Legends, a utilização de reservas já é algo muito usual. Normalmente, as equipes optam por jogadores com diferentes estilos nas respectivas posições –especialmente a de caçador, que é quem "controla" a movimentação, mais agressiva ou resguardada– para utilizar de acordo com a estratégia adotada diante de determinado adversário.
No cenário competitivo brasileiro, há organizações que contam com elencos de 10 jogadores ou mais, justamente para ter a capacidade de treinar sem depender de outros adversários, quando necessário. Caso da INTZ, maior campeã da história do CBLoL, com quatro títulos. Há ao menos duas opções para todas as posições no mapa.
Em outros games, a história é um pouco diferente. No CS:GO, por exemplo, o anúncio de que a Astralis contratará Patrick "es3tag" para ser seu sexto homem chamou a atenção do cenário. Especialmente após os múltiplos títulos conquistados pelo quinteto device, dupreeh, gla1ve, Magisk e Xyp9x nos últimos anos. Com sua formação original, os dinamarqueses foram cotados, por muitos, como o melhor time da história do FPS.
– es3tag será parte do time em termos iguais como qualquer outro. Teremos seis jogadores no time, não cinco e um substituto. Alguns jogarão mais que os outros, mas vamos focar na performance a longo prazo e na saúde dos jogadores. Acho que todo mundo vai ficar fora de um torneio – afirmou o técnico Danny "zonic", em entrevista à HLTV.
Na mesma publicação, o diretor esportivo da Astralis, Kasper Hvidt, um ex-goleiro de handball da seleção dinamarquesa, alerta para um fator importantíssimo nos eSports, que é o da fadiga dos atletas. Além do desgaste físico, há também o fator psicológico, da pressão excessiva. Quanto mais as organizações souberem lidar com situações como essa, mais aumentará o profissionalismo no meio.
No Free Fire, durante a LBFF, o Corinthians fez alguns testes e sacou o astro Nobru do time e a equipe não respondeu bem nas quedas sem o jogador. O treinador foi questionado e, por fim, Nobru retornou ao time e colaborou com Booyahs e numa melhora significativa do time. Entretanto, não foi suficiente para o Corinthians vencer o campeonato, o título ficou com a Team Liquid. Mas colocar um craque no banco é difícil em qualquer modalidade, seja no futebol ou no eSport.
No Rainbow Six Siege o sexto player é sinônimo de jogador encostado. Raramente esse pro player vai atuar, se acontecer é por conta de algum imprevisto urgente com algum titular e por isso, são raras as equipes que contam com um reserva a disposição no elenco. Por conta disso, aliás, muitos times jogam com o técnico quando algum titular não pode atuar. Nesse momento, a Team Liquid leva vantagem, porque o atual treinador, Adenauer "Silence" foi jogador – dos bons – por muitos anos de R6.
A todo momento vemos discussões sobre calendários apertados no futebol brasileiro, por exemplo. A preparação nos esporte eletrônico também é cansativa. No caso do CS:GO, que envolve viagens para campeonatos a todo momento, isso se multiplica. A própria Astralis já abriu mão diversas vezes de jogar campeonatos. A saúde deve ficar sempre em primeiro lugar e, não à toa, os maiores times do mundo prezam tanto por esse fator.
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