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O ousado calendário de eSports que se parece com a NBA: é Rainbow Six Siege

Leo Bianchi

20/05/2020 14h00

As arenas ficaram lotadas durante as finais do campeonato Brasileirão de Rainbow Six Siege durante a GameXP, no Rio de Janeiro, em 2019. Na oportunidade, a Team Liquid ficou com o título ao vencer a FaZe Clan

O cenário competitivo de Rainbow Six Siege da América Latina ganhou uma série de mudanças anunciadas pela Ubisoft nesta quarta-feira. A principal: o Campeonato Brasileiro agora tem 10 times, com a entrada do Santos e da W7M que se juntam a Team Liquid, Faze Clan, Ninjas in Pyjamas, MIBR, Black Dragons, INTZ e-Sports, Team oNe e FURIA Esports. São três turnos, funcionando como caminho para os Majors. Os cinco melhores times brasileiros vão para a "Elite Six", que é uma "Libertadores" do R6, jogar contra os dois melhores times mexicanos e o melhor do restante da América do Sul para lutar por quatro vagas nos principais torneios mundiais.

O planejamento para o Brasileirão de R6 é algo inédito no país: todos os jogos com presença de público (se a Covid-19 permitir, é claro!). "2020 vai ser um ano de transição. Estamos ansiosos para concretizar todas as novidades que planejamos já para este ano, principalmente a presença de torcedores em todas as partidas do BR6, mas vamos aguardar até que a situação sanitária se normalize para que a gente possa garantir a saúde e bem-estar de todos nos eventos presenciais", explicou Marcio Canosa, diretor de eSports da Ubisoft Brasil.

Mais de 19 mil pessoas lotaram a arena da Barra em novembro de 2018 durante as finais mundiais da Pro League de Rainbow Six Siege. O plano é que grandes shows continuem acontecendo no Brasil com finais de brasileirão, sul-americano e mundiais

O que isso significa: Primeiro, que os fãs terão muito Rainbow Six Siege para assistir no passar do ano. Evidentemente, as mudanças serão implementadas 100% ao longo da temporada somente em 2021, mas já poderemos sentir como as coisas funcionarão nos próximos meses. Além do Brasileirão e da Elite Six, os canais oficiais da Ubisoft ainda transmitirão a Liga Americana, a Europeia, a Mexicana e a da América do Sul. Praticamente uma emissora de televisão que só passa o game. Serão mais de 70 horas semanais de programação ao vivo. Além de programas, séries e documentários sobre o cenário de Rainbow Six Siege. Dá pra imaginar?

O planejamento é ousado – no melhor sentido da palavra. Ninguém vai assistir à Elite Six sem informações das equipes de México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai… Afinal, todos os campeonatos serão transmitidos em português nos canais "Rainbow6br" no YouTube e Twitch. Além de tudo, o campeonato latino-americano será, de fato, estendido ao continente inteiro, e não como a Pro League LATAM (que agora não existe mais), que só acumulava times brasileiros. Uma rota de experiência a mais para os representantes nacionais chegarem bem preparados aos Majors.

Aliás, é bom destacar: com quatro times latino-americanos garantidos nos Majors, a rodagem internacional das organizações brasileiras vai aumentar consideravelmente. As finais mundiais da Pro League abriam a possibilidade de um time ter de atravessar o mundo (como foi em Tokoname, no Japão, no ano passado), perder na primeira rodada e, em um dia, já virar espectador do campeonato. O novo formato premia a competitividade de todos os times.

E não é só isso. Entre as novidades, a Ubisoft anunciou ainda:

  • a criação de um draft após as finais do Brasileirão (como acontece na NFL, NBA etc), em que novos talentos podem ser contratados para os times da primeira divisão);
  • o estímulo às equipes Academy (uma espécie de categoria de base);
  • a concepção da Liga Six, torneio mensal que será o caminho para a Série B (e para o qual qualquer time poderá se inscrever) também representam vitórias para o cenário competitivo nacional.

Como disse o título da campanha desenvolvida pela Ubisoft: "Ascensão – O caminho para um sonho". Sim, virar um pro player de Rainbow Six é um caminho palpável hoje.

O que tem de mais positivo é a gestão e organização direta da Ubisoft em todos os aspectos do cenário competitivo, integrando todo o circuito de R6 mundialmente, desde as ligas abertas, torneios qualificatórios, campeonatos nacionais, copas continentais, Majors, até chegar ao Six Invitational. Não há nada comparável hoje entre todas as modalidades de esports. – Marcio Canosa, diretor de eSports da Ubisoft.

O mais interessante em tudo isso é ver como o FPS da Ubisoft ampliou seus horizontes, espalhou competições nacionais por todo o mundo e "amarrou" com um inteligente calendário internacional. Vale lembrar que, recentemente, o game foi incluído como "Tier 1" em um estudo do portal The Esports Observer e que as premiações do Six Invitational, o principal campeonato do R6, crescem todo ano. O futuro tem tudo para ser brilhante e servir de exemplo para outras modalidades. Rainbow Six Siege está fazendo história no eSport!

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.