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A febre Minecraft: como o game faz a cabeça de pais e filhos

Leo Bianchi

21/07/2020 08h00

Cada vez mais, pais e mães se deparam em casa com filhos mais interessados em games e esportes eletrônicos do que nas modalidades tradicionais, como o futebol, por exemplo. Uma pergunta recorrente é: existe uma categoria de base dos jogos, sejam eles para consoles ou computadores? Uma boa resposta é o Minecraft, título lançado em 2011 e que atrai milhões de crianças e adolescentes ao redor de todo o mundo. No Brasil, a popularização está escancarada com o youtuber Felipe Neto, um dos maiores do planeta no setor.

O principal ponto do Minecraft é o fato de não haver um objetivo específico em sua essência, como na maioria dos games. Nele, os jogadores exploram um mundo aberto tridimensional e propositalmente feito em pixels, afastando-se dos modernos gráficos de produções milionárias atuais. A motivação depende do modo de jogo, é claro. Há o criativo, o de sobrevivência, o de aventura, entre diversas possibilidades a serem exploradas.
Mas por que um sucesso e um poder de influência tão grande sobre os mais jovens? O aspecto educacional precisa ser observado com atenção. Contar com blocos, ferramentas, estruturas e matérias-primas a serem modeladas é um fator tão lúdico quanto massinha de modelar ou as tradicionais peças de lego, por exemplo. O poder de construção, sem um limite específico, dependendo única e exclusivamente da criatividade aguçada, é um atrativo poderoso.
Um ótimo exemplo é da criadora de conteúdo paulistana MsPeekoni, que desenvolveu um projeto de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa dentro do Minecraft. Para quem não se lembra, o local foi destruído por um incêndio em dezembro de 2015. A iniciativa da criadora de conteúdo faz parte do Projeto History Blocks, desenvolvido em parceria com a Unesco para reerguer no game monumentos históricos afetados ao longo dos anos.

Em junho foi lançado o Minecraft Dungeons, uma espécie de spin-off do game original com temática de aventura e, é claro, de exploração. Os produtores têm mostrado interesse em tornar a experiência cada vez mais próxima de pais e filhos, por exemplo, buscando uma interação que, muitas vezes, outros jogos mais complexos e com alta curva de aprendizado não proporcionam. Além do PC, o game também está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

Minecraft tem um potencial educacional incrível. Basta observar a quantidade de youtubers que utilizam o game justamente para contar histórias, como Authentic Games, com seus mais de 18 milhões de inscritos, ou a dupla Pac e Mike, do TazerCraft, com mais de 11 milhões. O game é uma verdadeira página em branco e um enorme argumento para quem ainda acha que não é possível aprender jogando e se divertindo.


Todos os dias vemos novas profissões surgindo em torno do mercado de jogos e também no cenário competitivo de esportes eletrônicos. Além do aspecto educacional, Minecraft estimula um ecossistema que pode passar por diversas áreas, não só na computação. Engenharia, arquitetura, matemática… A lógica por trás do jogo é uma aula que merece ser assistida por todos.

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.