Do Timão ao River Plate: o futebol está cada vez mais perto dos eSports
A relação entre os grandes clubes de futebol e os eSports é cada vez maior e mais íntima –tanto em âmbito nacional, como também nas mais variadas regiões do mundo. O exemplo mais recente foi a expansão do River Plate, gigante argentino, tetracampeão da Taça Libertadores da América, que anunciou uma escalação de Counter-Strike: Global Offensive e ampliou ainda mais sua operação, antes voltada ao League of Legends e ao futebol virtual.
No Brasil, o Flamengo, dono da maior torcida do país, é um dos maiores expoentes do LoL, modalidade mais popular de eSports por aqui. Chegou em todas as quatro finais do CBLoL realizadas desde que conquistou a vaga na elite, saindo do Circuito Desafiante (equivalente à segunda divisão), e levantou a taça de campeão brasileiro em 2019, em uma Jeunesse Arena lotada por mais de 10 mil torcedores no Parque Olímpico do Rio de Janeiro.
Outro grande exemplo é o Santos. Após a primeira parceria nos eSports, com a Dexterity, que rendeu um grande trabalho no Rainbow Six Siege (semifinalista de Mundial em 2017), hoje o Peixe, com nova parceria (desta vez com a HotForex), está na elite do cenário competitivo nacional não somente do FPS da Ubisoft, mas também no League of Legends, no Free Fire e na disputa do CBCS, um dos principais torneios do país no CS:GO.
Embora os exemplos se multipliquem em todo o país, com uma capilaridade maior por parte do Free Fire, levando em conta o tom democrático do game, a verdade é que ainda há muita resistência por parte de dirigentes conservadores –especialmente em grandes clubes. Muitas vezes, alguns gigantes, como o Corinthians, acenam um avanço nesse sentido, mas acabam recuando no momento de, de fato, investir na área.
Nos Estados Unidos, o envolvimento de astros dos esportes tradicionais com organizações de eSports parece estar um passo à frente. Que o diga o tricampeão da NBA, Rick Fox, um dos cofundadores da Echo Fox. Há diversos exemplos de diretores, ex-jogadores e grandes estrelas que já brilharam nas principais ligas americanas e hoje defendem um avanço nos esportes eletrônicos. As ligas de NBA 2K e de Madden, game oficial da NFL, também são um sucesso.
Na Europa, os clubes e campeonatos não só se mostram muito envolvidos, como projetam a relação com os eSports a longo prazo. La Liga, o Campeonato Espanhol, recentemente renovou sua licença com a EA Sports para estar presente no FIFA por 10 anos, ao mesmo tempo em que desenvolve o seu campeonato próprio do game, a eLa Liga, com 34 clubes e premiações que beiram os R$ 600 mil no total.
Trabalhar a mente do torcedor apaixonado, que busca apoiar seu clube em qualquer modalidade, é algo muito comum para as equipes turcas, por exemplo, que veem em Fenerbahçe, Galatarasay e Besiktas (entre diversas outras) uma forma de popularizar o esporte eletrônico com um novo público. Schalke 04, PSG, Manchester City… Os exemplos são inúmeros. Além, é claro, daqueles que contam com brasileiros – casos de Zezinho (Benfica), Wendell Lira (Sporting) e Tore (Ajax), por exemplo, todos profissionais de FIFA, e os consagrados GuiFera e Henrykinho, que defendem o Barcelona.Todos esses exemplos dão um recado claro: o Brasil tem muito espaço para crescer com seus próprios clubes nos eSports, engajando a torcida e trazendo torcedores que, muitas vezes, não olham para futebol com o mesmo entusiasmo que veem os games. Tal qual no próprio futebol, talentos já são exportados cedo nesse contexto e defendem equipes europeias. Que, cada vez mais, tenhamos investimentos condizentes com o tamanho de nossas promessas no esporte eletrônico, e que os clubes saibam ir além do usual.
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