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Parceria com Spotify deixa claro que os eSports seguem rompendo barreiras

Leo Bianchi

28/08/2020 10h43

Podcasts exclusivos de League of Legends serão produzidos para a plataforma de streaming de áudio Spotify em parceria firmada com a Riot Games

A relação entre games e música é íntima. Além de imensos campos do entretenimento, as duas áreas têm uma ligação direta dentro dos jogos eletrônicos – tanto no que diz respeito a efeitos, quanto a trilhas sonoras. Com os eSports, não tem sido diferente. O League of Legends é um caso representativo e simbólico de como o trabalho musical pode ir além e criar memórias afetivas para os fãs, além de inserir seus próprios personagens como artistas e gerar engajamento comercial por meio de uma ideia inovadora.

A música-tema do Worlds, o Mundial de LoL, sempre foi motivo de ansiedade para os fãs. Todo ano, semanas antes da conclusão do maior campeonato do cenário competitivo do MOBA, a trilha sonora vira motivo de debate, assim como o clipe, que costuma trazer estrelas das principais equipes do mundo. No ano passado, por exemplo, a música Phoenix, de Cailin Russo e Chris Costanza, mostrou o tricampeão mundial Lee "Faker", ao lado de Song "Rookie" e Rasmus "Caps".

Não é diferente no Brasil. O rapper Emicida, por exemplo, criou uma música especial dedicada ao League of Legends nacional – entoada no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, antes da final do segundo split do CBLoL 2018, entre Flamengo e KaBuM. O mesmo aconteceu no ano passado, com a banda Far From Alaska entoando o som "How Bad do You Want It?" como tema da decisão entre o Rubro-Negro e a INTZ, na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro. Músicas que ficaram marcadas com as respectivas decisões.

A parte mais genial do trabalho da Riot Games com a música foi misturar os campeões do jogo com o conceito de banda. A K/DA, lançada em 2018 e revivida nesta semana, com uma nova música, coloca as campeãs Ahri, Akali, Evelynn e Kai'Sa como astros da música – incluindo, é claro, um pacote de skins dentro do game. Uma forma de rentabilizar a ideia e dar uma dimensão ainda maior ao jogo e sua capacidade.

O mesmo aconteceu no ano passado com Ekko, Qiyana, Yasuo, Akali e Senna, campeões que formaram o True Damage – responsável pela música Giants. A apresentação antes da final do Mundial, em Paris, dá uma boa noção da mistura de realidade com o trabalho virtual, e como a música pode tornar o jogo uma experiência ainda mais imersiva para o usuário.

Agora, o trabalho da Riot Games neste sentido ganhou um componente ainda mais importante. A empresa fechou uma parceria inédita com o Spotify como serviço de streaming e áudio oficial das principais competições do League of Legends: o Worlds, o Mid-Season Invitational e o All-Star. Haverá dentro do aplicativo uma seção de música oficiais dos eSports do LoL, além de podcasts originais e exclusivos, acesso exclusivo aos bastidores das criações das músicas e experiências sonoras de eventos – como a música Silves Scrapes, por exemplo, tocada tradicionalmente antes da quinta partida de séries MD5 do League of Legends.

"Música e narrativa se tornaram uma parte indispensável do nosso esporte e do nosso jogo. Por isso, estamos animados para nos unir ao Spotify e providenciar aos nossos fãs mais uma plataforma onde poderão aproveitar uma nova manifestação dos Esports do LoL. Motivada pelo nosso comprometimento mútuo com a inovação, essa parceria com o Spotify nos permite unir esporte, tecnologia e música para criar experiências e conteúdos de entretenimento inesquecíveis", afirmou Naz Aletaha, líder de parcerias globais de Esports da Riot Games.

A ideia de se ligar diretamente a um serviço de música é mais uma forma da empresa "cercar" seu fã com todos os tipos de conteúdo possíveis e imagináveis relacionados ao jogo por parte da produtora. Um estímulo para que o jogador casual e o consumidor do esporte eletrônico consuma produtos e tenha seu imaginário permeado por memórias sonoras e visuais ligadas diretamente ao game. Um diferencial de grande porte.

Com eventos cada vez mais robustos nos campeonatos de eSports, a tendência é que vejamos mais e mais artistas se ligando ao cenário. Alok e Mano Brown, por exemplo, são ótimos exemplos no Free Fire. Cada jogo cria uma identidade musical, e isso é uma forma de respeito e admiração à comunidade e aos fãs. Certamente, música e game caminharão cada vez mais juntos.

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.