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Produção de conteúdo do Brasil está em alta e os gringos estão de olho!

Leo Bianchi

29/08/2020 13h10

O brasileiro João Victor "Jovirone" é o novo contratado da organização europeia Fnatic (Divulgação/Fnatic)

Um dos streamers mais carismáticos de League of Legends no Brasil, João Victor "Jovirone" foi o responsável por mais um grande passo do país no que diz respeito à criação de conteúdo envolvendo o game na última semana. Contratado pela Fnatic, organização de grande porte em nível mundial nos esportes eletrônicos, o profissional é a prova do potencial nacional neste campo de atuação. Independentemente do retrospecto competitivo em torneios fora daqui, seguimos chamando a atenção de diversas formas.

Jovirone permanecerá em Londres, na sede da Fnatic, para um bootcamp ao longo de mais um mês. O streamer tem total acesso e contato com os jogadores da organização, que está na semifinal da LEC – campeonato de League of Legends na Europa, que é um dos centros das atenções no mundo atualmente, atrás apenas da China. Nas últimas duas finais do Worlds, chineses e europeus disputaram a decisão – com a Fnatic vice em 2018, inclusive.

Essa ligação de organizações estrangeiras com o League of Legends brasileiro tem sido uma constante. O mesmo aconteceu com Flávio "Jukes", que chegou a disputar a Liga Academy da LCS, nos Estados Unidos, e com Rakin, contratado pela Team Liquid. Isso referenda ainda mais o país como potência do ecossistema de eSports – não somente no que diz respeito a jogadores, mas à formação de profissionais para diversas áreas.

Jovirone já deixou claro que pretende fazer uma transição para a entrada efetiva no cenário competitivo, como pro player, e a experiência na Europa sem dúvida será valiosa neste sentido. Cada vez mais vemos nossos jogadores de League of Legends buscarem alguma forma de superar o isolamento geográfico da região com bootcamps nos principais locais do mundo para o game – com destaque especial em específico para o Velho Continente e também para a Coreia do Sul.


O Brasil tem um público fidelizado, que consome esportes eletrônicos de forma massiva. O impacto de Jovirone para a Fnatic pode ser observado em redes sociais. Certamente, muitos fãs que sequer acompanham a LEC de forma mais intensa agora olharão de outra forma para a organização – simplesmente por se verem reconhecidos ali, seja pelos posts em português, pela interação constante… Esse é o pensamento de fortalecimento de marca que diferencia um time forte de um time gigante.

Não à toa as imagens em apresentações de campeonatos de eSports, seja qual for a modalidade, sempre trazer registros de torneios realizados no Brasil. Pergunte a qualquer pro player estrangeiro, de qualquer game, quais são as torcidas mais apaixonadas (e, é claro, "hostis", de certa forma) do mundo, e o país estará, no mínimo, no Top 3. A cultura de arquibancada, quando conduzida de forma saudável, é algo que tem muito a agregar ao cenário. Que o diga Alexandre "Gaules", um dos maiores streamers do mundo, movido justamente pelas transmissões repletas de emoção inerentes aos fãs.

Espalhar a cultura brasileira do eSport pelo mundo é fundamental para que os games sejam vistos de forma cada vez mais legítima perante o grande público por aqui. O cenário de Rainbow Six já conta com Team Liquid (holandesa), FaZe Clan (americana) e Ninjas in Pyjamas (sueca) aqui. O Flamengo é administrado no eSport pela Simplicity, uma organização dos EUA. Jogadores latino-americanos estão procurando o Brasil para crescer no Free Fire. Essa ramificação é motivo de orgulho e precisa, acima de tudo, ser valorizada.

Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.