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Profissionalismo é fundamental para que o esporte eletrônico exista

Leo Bianchi

23/04/2020 08h00

Final do campeonato mundial de Free Fire que ocorreu em novembro de 2019 foi apenas um entre tantos eventos importantes de eSports que o Brasil recebeu e executou de forma perfeita. Profissionalismo cada vez maior para esse setor!

Os debates em torno de profissionalismo no esporte eletrônico são constantes, densos e envolvem diversos aspectos. Cada vez mais, polêmicas e até litígios judiciais entre jogadores e organizações aparecem e fomentam uma discussão mais do que necessária sobre quais os requisitos básicos para atuar nesse mercado. Na minha opinião, todo debate deve girar em torno de uma premissa básica: eSport é esporte. E não deve haver espaço para negligência quando falamos de competição em alto nível.

O caso de Matheus "brutt", jogador de 19 anos que morreu no ano passado devido a uma infecção no cérebro, liga um alerta importantíssimo para o nosso cenário. Não é minha função entrar no mérito jurídico e apontar para eventuais culpados. Os bastidores de tudo o que está acontecendo você pode ler clicando aqui, em reportagem do Start UOL. O ponto é: um jovem talento do esporte eletrônico perdeu a vida em meio a uma série de supostas negligências. E isso não pode acontecer.

Cristiane Fernandes Queiroz Coelho é mãe de Matheus "brutt" Queiroz, jogador de Counter-Strike que morreu em dezembro de 2019 (Lucas Landau/UOL)

Quem vive o ambiente dos eSports no Brasil, frequenta gaming houses, conversa com jogadores e donos de organizações, sabe que há erros em todas as partes. Da mesma forma que algumas equipes não cumprem o básico em segurança, higiene e saúde para seus atletas, também há imaturidade e falta de compromisso por parte de alguns pro players, que teimam em não se portar como profissionais. Há casos e casos, e as análises devem ser particulares.

Um ótimo ponto de partida é a iniciativa das publishers. São elas as responsáveis pela promoção dos campeonatos e pelo estabelecimento do cenário competitivo. Se a fiscalização for rígida e o nível de exigência for alto, o espaço para o amadorismo acaba. Da mesma forma que as organizações saberão que precisarão atender a uma série de normas, os jogadores terão em mente que o profissionalismo será uma "nota de corte" para atuar em um grande time.

O sistema de franquias proposto pela Riot Games para o League of Legends brasileiro em 2021, assim como as projeções da Ubisoft para o futuro do Rainbow Six Siege no país, são iniciativas nesse sentido que devem ajudar, e muito, a combater o amadorismo ainda presente nos eSports por aqui. A relação entre time, jogador e publisher vai muito além de mouse e teclado, de vitória e derrota. O ecossistema deve ser saudável, literal e figurativamente, para todos.

É ótimo ver os esportes eletrônicos transcendendo limites antes totalmente inimagináveis. Você, há 10 anos, imaginaria ver uma grande emissora de televisão cobrindo e transmitindo games ao vivo da forma como acontece hoje? Imaginaria um "Oscar" do setor, como o Prêmio eSports Brasil, todos os anos? Pois é, o caminho foi longo, muita gente lutou por isso, e os passos têm de continuar sendo em frente, e não um retrocesso. Evoluamos e cobremos, todos, por um setor que sirva como exemplo de coletividade nas páginas esportivas.

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Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.


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