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GG Easy retorna ao competitivo de Free Fire com a New X Gaming

Leo Bianchi

17/07/2020 18h00

GG Easy foi o fundador da equipe New Gaming, campeã da Pro League Season 2. O time foi vendido e agora volta à ativa na primeira divisão da LBFF

Lançado em 2017, o Free Fire é um dos casos mais simbólicos de como a história é construída rapidamente no ambiente dos eSports. Mesmo com pouco tempo de cenário competitivo, há muitos jogadores, times e campeonatos que ajudaram a formar o alicerce de tudo e ficaram registrados na memória. Um bom exemplo disso é Ramon "GGeasy", um paraibano natural de João Pessoa, que tem 24 anos e uma trajetória admirável.

Criado em um contexto humilde, sem a presença do pai, que perdeu aos quatro anos, GGeasy viu a mãe criar quatro filhos sozinha. O primeiro contato com jogos eletrônicos aconteceu cedo, por meio de consoles de amigos. O Free Fire, fio condutor de sua história, ele conheceu aos 19, quando trabalhava com compra e venda de celulares usados por meio da internet. Mas de tanto jogar, acabava viciando a bateria dos aparelhos. Foi quando ele resolveu trocar dois telefones num laptop usado e passou a jogar o Battle Royale no emulador e não parou mais.

O jogo da Garena virou seu tema central de vídeos produzidos no YouTube e lives diárias no período da tarde. Ganhou notoriedade entre os fãs e passou a transmitir na CubeTV, onde começou a ganhar dinheiro e teve a oportunidade de mudar a vida de sua família. A popularidade, traduzida nos milhões de seguidores nas redes sociais, fez com que ele ganhasse uma música em sua homenagem, composta pelo cantor Henrique Nunes.

Apelidado de "Rei da AWM" pelos fãs, fazendo referência à sua habilidade com a sniper, GGeasy passou a uma nova especialidade: montar times para a disputa de campeonatos amadores de Free Fire. Foi o responsável por boas equipes, como a Fantasy Death e a Magnatas, mas foi com a New que deu um salto de profissionalização e partiu para São Paulo, onde transformou uma casa em gaming house e assistiu ao ápice quando o time conquistou a Season 2 da Pro League.

GG Easy, ao centro, levantando o troféu da Pro League Season 2 de Free Fire

O elenco da New acabou adquirido pela paiN Gaming, uma das organizações de eSports mais tradicionais do Brasil, e GGeasy foi contratado como influenciador. Porém, ele sentiu falta de voltar a comandar uma equipe, atuando como manager. E isso acontecerá em 2020: a RUSH, equipe que conquistou vaga na Série A da LBFF (Liga Brasileira de Free Fire), foi comprada pela New, e a tag voltará ao cenário, na elite, com novos jogadores.

Vale lembrar: a primeira edição da LBFF contou apenas com Série A e Série C. Duas equipes foram rebaixadas na primeira divisão. Oito subiram da terceira direto para a primeira. Vão compor a Série B a partir de agora quem ficou do 9° ao 42° na Série C, além dos dois times que caíram da elite. A New estará na elite, e com alguém que entende do cenário no comando.

"Vamos oferecer estrutura pra esses novos jogadores, salário, entre outras coisas. A minha expectativa é muito grande, pois vou voltar pro cenário com muita experiência. Sei como fazer, agora é só correr atrás. Vou buscar os jogadores, cada um na sua posição e espero brigar pelo topo mesmo", explicou GGeasy.

Como a LBFF é disputada exclusivamente no celular, sendo vetado o uso de emulador, ele não atuará como jogador. Pensa em disputar ligas amadoras, como a NFA, mas a rotina cada vez mais apertada deixa sua agenda com pouquíssimos espaços livres e, consequentemente, sem chances de trabalhar em uma programação voltada aos profissionais.

"Eu não tenho tempo pra treinar. Queria muito, mas eu me dedico muito às lives, e hoje eu sequer consigo jogar mobile. Além disso, eu trabalho com outras coisas, tenho entregas de patrocínio, muita coisa pra fazer. Seria impossível me dedicar ao profissional", justificou.

O exemplo de GGeasy deixa claro como as oportunidades nos esportes eletrônicos vão muito além dos jogadores e comissões técnicas. Há espaço para um perfil gerencial, cada vez mais necessário, levando em conta o nível de profissionalismo crescente no país. Nenhum game é tão diverso quanto o Free Fire para levar à frente essa necessária e admirável democratização. Oportunidades no mercado, definitivamente, não vão faltar.

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Sobre o Autor

Leo Bianchi é jornalista, já foi repórter e apresentador do Globo Esporte. É apaixonado por competição e já cobriu Copa do Mundo, Fórmula 1, UFC e mundiais de CSGO, R6, FIFA, Just Dance e Free Fire. Também é youtuber e Pro Player frustrado.

Sobre o Blog

No GGWP você encontra análise dos cenários competitivos no Brasil e no mundo, além dos bastidores do universo envolvendo times, pro-players e novidades em geral.


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