Mobile vs Emulador: qual leva vantagem? A eterna discussão do Free Fire
O crescimento de jogos para dispositivos móveis é uma realidade no Brasil. A democratização gerada pelos games cada vez mais acessíveis a todas as faixas etárias e diferentes realidades financeiras transformou o cenário de esportes eletrônicos no país. O Free Fire não nos deixa mentir e detém recordes que já citamos diversas vezes aqui no GGWP. Porém, há quem prefira "transformar" o mobile em uma plataforma mais amigável.
O uso de emuladores, plataformas que reproduzem no computador os games para celular, gera polêmica pela suposta vantagem das quais seus usuários usufruem – como os comandos executados com mais precisão através de mouse e teclado, e não na tela do dispositivo, com menos espaço. As opiniões dos profissionais envolvidos com eSports, de streamers a pro-players, são diversificadas.
Lucio "Cerol", streamer do Corinthians, é um dos que defendem os emuladores. O carioca argumenta que, independentemente da plataforma, a habilidade no Free Fire e nos jogos mobile em geral depende de treino, e não dos periféricos envolvidos na prática. Ele lembra que os campeonatos profissionais, por exemplo, são disputados com celulares, o que restringe o campo de quem prefere atuar com emuladores.
– O emulador envolve muito mais condições do que vantagens. Hoje é mais vantajoso jogar no celular, o cara consegue ser reconhecido, pode disputar uma Liga Brasileira. Quem fala mal do emulador geralmente é quem nunca jogou e acha que o cara vai sentar ali e se tornar o novo Cerol. Sem treinamento, nada acontece. Eu jogo há mais de um ano, todos os dias, mais de 10 horas. Não tem como não ficar bom – explicou.
Campeão da Pro League e do Mundial pelo Corinthians e considerado um dos melhores do mundo no Free Fire, Bruno "Nobru" joga com o celular, mas defende a utilização de emuladores em prol da criação de conteúdo relativo ao game. Ciente de que a ferramenta é importante para que o game ganhe espaço das mais diversas formas no cenário competitivo de eSports, o profissional não se importa com tal complemento.
– É essencial no cenário do Free Fire. Pelo computador, você tem um suporte melhor para fazer uma live de qualidade, por exemplo. No emulador, você transmite a qualidade própria do monitor. O mobile manda para a placa de captura, acaba perdendo nisso. O próprio jogo deveria disponibilizar um suporte para quem joga no computador. Eu apoio a ideia – disse Nobru.
O principal contraponto vem do astro Rodrigo "El Gato", streamer que conta com mais de 7,2 milhões de inscritos no seu canal no YouTube. Embora não seja contra os emuladores, o profissional defende que as partidas dos usuários da ferramenta sejam separadas de quem está jogando no celular, tendo em vista o desbalanceamento causado por ela.
– Eu não acho desonesto. Tem quem não tenha condições de comprar um celular, quem não esteja acostumado com o celular… Só acho que tinha de separar, porque apanhamos muito para os caras. Não tem como bater de frente – assegurou.
Eu, Leo Bianchi, joguei a vida toda games de tiro no PC. Passei pelo Counter-Strike, Call of Duty, Battlefield, PUBG e Rainbow Six Siege e agora também Free Fire – claro, no emulador – e posso afimar: não é tão fácil assim. A jogabilidade é completamente diferente dos jogos citados acima. É difícil achar uma sensibilidade que chegue próxima aos jogos que foram desenvolvidos para o computador.
A explicação pra isso é simples: o Free Fire não tem suporte nativo para teclado e mouse, e a função do emulador é justamente emular/simular os comandos do computador como se fossem toques na tela do celular/tablet (mas ter o mesmo nível de precisão é praticamente impossível). Ok, depois de uma certa prática, o jogador acostuma com o emulador e passa a jogar sem problema. Como eu não me adaptei de jeito algum ao mobile, o emulador era a única alternativa. Graças a ele, consigo jogar Free Fire. Portanto, não pense que qualquer um que chegar no PC vai jogar como o Cerol, por exemplo. Ilusão, isso não existe!
No computador ou no celular, o importante é dar capa de qualidade e buscar a vitória. Booyah!
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